Verdades da penumbra

Não dizer toda a verdade ou talvez, eis questão:

Quase sempre ensejaria entre os pisos de algum desvão

Por onde transitariam mentiras de compaixão

Ou por outra, covardias pequenas, de ocasião.

Dizer mais intensamente

E em maior número as malditas

Ainda que respaldadas e irmanadas com o real

Expõe a habilidade a risco quase fatal

De tanto achar que precisa de defesas contra o quê

Em geral contra si mesmo mais nocivo que quem vê

Cria o mundo alternativo de verdades mentirosas

Num jogo que apenas ele faz malabarismo e joga

O mentiroso aprende consigo mesmo a mentir

Pra fortalecer o ego frágil que precisa competir

Quer esconder a insegurança que está no inconsciente

Municiar a esperança contra o que acha iminente

E as vezes o espetáculo que ele faz e não percebe

É notado por quase todos, depende de como o seguem

O transforma em passageiro das mentiras que lhe guiam

Ninguém sabe o paradeiro, o que haverá no fim do dia