O quê imaginado

Tudo é valor atribuído

A cada coisa a que damos nomes

Classificadas como mais ou menos importantes

Móveis, etéreas, patéticas, estanques...

E se briga por eles

A gente mata e se mata por abstratos que tornamos concretos

Que achamos que nos constitui

Mas que o destino trata de ignorar

De desconsiderar o trabalho que tivemos para inventar

Para materializar algo apenas idealizado

E os engole como o faz um buraco negro

Sem isso achamos que nada somos

Porque achamos que somos o que imaginamos ser

As pessoas ajudam-se mutuamente nessa empreitada

De construir destruições

De destruir construções

Num infinito vai e vem de existência e não existência de tudo

Brilhante para uns

Nefasto para outros

O indiferente é provavelmente o mais próximo do neutro

Do momento anterior às polêmicas

O momento menos um do big-ben era depressivo

Estéril prestes a existir

E nós, somos uma espécie de entropia.