Correnteza

Lá vou eu, graveto,

Bem no meio desse rio cheio

Alheio ao destino

Ao sabor das correntes

Torcendo, entrementes,

Que algum afluente ermo

Possa me mudar

Lá venho eu molhado e retorcido

Das quedas e enganos da fauna faminta

Sob algum olhar felino distraído

Tenho cá comigo que não vou quebrar

Um mero eu quero virou panaceia

Apenas espero a margem pra encalhar

Então quem sabe brote alguma ideia

Que me finque nas terras onde vou passar