POEMA MODERNO III

POEMA MODERNO III

Já naveguei por turvas aguas do meu miocárdio

Lancei e trouxe âncoras num "delirius tremus"

Imergi demasiado em águas tão profundas

Que a pressão imensurável estourou-me as têmporas.

Neste afã de gozo em fendas insondáveis

Lancei-me neste mar de águas com repuxo

Tive um prazer imenso , tremores memoráveis

Repentinamente transformei-me em bruxo.

Abacadabra foi uma palavra mágica

Que num esgarro saiu-me da infeliz garganta

Pensei que ia ter uma morte simplesmente trágica

Mas qual nada foi apenas um urro que espanta.

Infeliz de quem não gosta destes santos urros

Que trazem aos tímpanos o dedilhar da lira

Que me faz ouvir pianíssimos e leves sussrurros

Vendo Roma incendiar-se enquanto meu corpo estira.

ANTONIO Tavares de Lima.

08.04.2015 (13:30h)

Antonio Tavares de Lima
Enviado por Antonio Tavares de Lima em 11/04/2015
Reeditado em 24/03/2016
Código do texto: T5202901
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