POEMA MODERNO III
POEMA MODERNO III
Já naveguei por turvas aguas do meu miocárdio
Lancei e trouxe âncoras num "delirius tremus"
Imergi demasiado em águas tão profundas
Que a pressão imensurável estourou-me as têmporas.
Neste afã de gozo em fendas insondáveis
Lancei-me neste mar de águas com repuxo
Tive um prazer imenso , tremores memoráveis
Repentinamente transformei-me em bruxo.
Abacadabra foi uma palavra mágica
Que num esgarro saiu-me da infeliz garganta
Pensei que ia ter uma morte simplesmente trágica
Mas qual nada foi apenas um urro que espanta.
Infeliz de quem não gosta destes santos urros
Que trazem aos tímpanos o dedilhar da lira
Que me faz ouvir pianíssimos e leves sussrurros
Vendo Roma incendiar-se enquanto meu corpo estira.
ANTONIO Tavares de Lima.
08.04.2015 (13:30h)