As pessoas e eu
Ainda vejo os esboços das pessoas
Suas silhuetas trêmulas
pelas luzes transversais que lhes vão transpassando
Ondas sutis lhes encurvando os contornos
Couraças de sombras lhes protegendo
Depois de tanto tempo quase que somente olhando
Suas pigmentações ainda me são esparsas
Ralas, translucidas e sem massa
Ludibriando minhas conclusões
Terrenos fossem e me afundaria
Perdendo o macro e cego pela proximidade
Engolido pelo improvável
Ignorado pelas cercanias
Eu que não nego as franquias
O uso que faço da verdade alheia
Como vicio que considero meio
Como água pra sede dos meus anseios
Não sei se ainda quero a nitidez dos sonhos
Com as suas verdades que nem mais suponho
Tão acostumado com a caverna escura
Devo achar à luz os seus clarões medonhos