OBSERVAÇÃO

Pensa num enigma criado por mim pra falar sobre “Observação”, que não tem nada a ver com a vida real sendo fruto da imaginação fértil do meu lado poético.

OBSERVAÇÃO

Do observatório em que ficava,

A ver o sol nascer diariamente,

Já não vejo aquele sol que em mim brilhava,

Com luz forte às vezes incandescente,

Já não tenho a coragem que encontrava,

Em ver outros sóis em outra gente.

Quão curto foi o dito espaço,

De observação que dediquei,

Que às vezes perguntas, eu faço:

Onde foi precisamente que errei ?

Onde foi exatamente o fracasso ?

Por que, em vez de outro eu paguei ?

Que culpas tive eu em ser sensato ?

Em deixar as coisas virem naturalmente ?

Em seguir apenas pelo asfalto,

Este teu perfume inebriante,

Que às vezes é lógico, sem contudo,

Deixa-nos, tontos, cambaleantes.

Um dia este sol com certeza,

Tornar-se-á opaco por um instante,

Coberto por uma nuvem benfazeja,

Então será o momento fulminante,

Haverá no encontro do belo e a beleza,

Uma metamorfose gratificante.

Dará tempo pra que neste ato,

Este sol que tanto refletiu,

Fugir do seu “ego” e ser mais sensato,

Pensar na forma como sempre agiu,

Esfriar um pouco, para que o regato,

Não suma, se já não sumiu.

E a natureza que o criara outrora,

Ao ver sua rebeldia e seu calor,

Será que em seu leito não chora ?

Ou pensas que morre de amor ?

Talvez o momento é agora,

De volver-se e desabrochar a flor.

Ah! Se isso acontecesse,

Seria o dia mais lindo da vida,

O sol causticante se volvesse,

E a natureza sua mãe querida,

O abraçasse e agradecesse,

Pela humildade então adquirida.

O tempo grande responsável é,

De colocar as coisas no lugar,

É bom que firmamo-nos no pé,

Na hora que a mudança processar,

Mantemos mais firmes na fé,

Pra que não venhamos ao chão prostrar.