Confesso

Confesso, minha loucura tomou proporções,

Tomou conta de mim, ser humano ou poetisa?

Já nem sei quem mais sou, um, dois corações,

Na alma que versa, num improviso, imprecisa.

E nesse repente, sigo, feito quem nunca partiu,

Mas se chegou, ninguém, acreditem, nem viu;

Então amigos, por onde anda a sanidade, sumiu?

Encaro o espelho, o olhar me faz ter um arrepio.

Quem sabe um dia me cure, ou vá pra ponte,

Atravesse o rio, e veja aquela que um dia caiu;

Mas por favor, isso tudo é segredo, não conte,

Que a face fica vermelha, na vergonha que fugiu.