A MÁSCARA

Lisonjas, bajulações,

canduras e mimos doces,

sorrisos, que gentilezas,

amores mil declarados

perdidos, sem rumo e luz,

pulinhos com aiaiais

e choros facinhos, tantos

encenam sensíveis dons

da cara luzindo plácidos.

No turbilhão de agressões,

tripúdios, de insulto, ofensas,

a raiva atada à garganta

no vento é cuspida em chamas,

pirraça, fel da arrogância,

ao fogo se junta e alastra

comendo as luzinhas plácidas

que foram-se com as cinzas

da máscara que enfeitavam.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 25/03/2015
Reeditado em 27/03/2015
Código do texto: T5182840
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