A MÁSCARA
Lisonjas, bajulações,
canduras e mimos doces,
sorrisos, que gentilezas,
amores mil declarados
perdidos, sem rumo e luz,
pulinhos com aiaiais
e choros facinhos, tantos
encenam sensíveis dons
da cara luzindo plácidos.
No turbilhão de agressões,
tripúdios, de insulto, ofensas,
a raiva atada à garganta
no vento é cuspida em chamas,
pirraça, fel da arrogância,
ao fogo se junta e alastra
comendo as luzinhas plácidas
que foram-se com as cinzas
da máscara que enfeitavam.