Geração premente

Estão instaladas nos corpos

estas usinas de emoções

Consomem de quase tudo pra gerar sua eletricidade:

a cara, disputada e desejada energia da felicidade.

O seu insumo principal é o amor,

mas este é mais nobre e mais raro.

Satisfazem-se com outros,

às vezes de menor rotação e maior durabilidade

Contentam-se com a brisa da amizade

que lhes rende o girar constante das pás da serenidade.

Outras vezes com a paixão, curta e densa tempestade,

se iluminam num clarão,

queimam circuitos que estão menos fortes com a idade.

Porém, de ambição diversa e voraz,

algumas devoram perniciosos suprimentos

de obscuros elementos que banidos dos regulamentos

usinas do bem não usariam jamais.

Sofrem seus baixios de funcionamento emperrando suas entranhas...

Retardando seus instrumentos.

Quando a média de suprimentos lhes são baixas por muito tempo

seus sentidos se confundem na procura incessante

consumindo os sentimentos de origem degradante

considerando premente não parar um só instante.

E seguem com seus destinos de intrépidas peregrinas

Gerando um subproduto: a oxidada saudade

toda vez que, na verdade, só queriam ser usinas...