coisas

Beijo sua boca

E ela tem o mesmo gosto

de outras bocas que já beijei...

Reminiscências

Em um tributo a outros lábios

bebo sua saliva

ainda que sem sede.

Toco outras peles em sua derme

e sinto o arrepio

E lembro outros arrepios que remontam

a lembrança de outros corpos,

outros seres,

de mim...

coisas,

objetos de desejo

sublimados

na constante busca do gozo...

Ainda que não o Gozo jamais alcançado.

Há tantos em você

que nem lhe vejo.

Há tantas em mim,

que nem sabe quem realmente sou.

São reflexos que eu amo

Mesmo quando deixo de amar...

Assim, beijo em cada beijo

Um Beijo subliminar.

E este

que pensa que me ama e me possui

é apenas como menino

que brinca na frente de espelhos.

Sou a imatéria

de seu impulso mais antagônico

Quando me inunca com seus fluidos

ou me bebe com sua sede.

Enquanto descubro que não é seu

o meu desejo,

Dispo-me de sua pele

como lobo retirando a capa de cordeiro...

E nua de mim

sujeito-me à releitura de meus medos

lida em braile a poesia de meu ego...

Escondido no ponto cego

da minha libido,

perdido num lugar qualquer

acima de minhas coxas

abaixo de meu umbigo

Perverte todos os seus sentidos

na impressão de que me tem...

Pudera! Somos um no outro

O dèjá vu....

Com a ajuda de Freud, Kant, Lacan e Heidegger. (kkkk...)

Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 02/03/2015
Reeditado em 02/03/2015
Código do texto: T5155129
Classificação de conteúdo: seguro