FACE ESQUÁLIDA

FACE ESQUÁLIDA

O vento fustiga a minha face magra

Na qual os ossos apontam para o norte

O pensamento quase morto aponta para o sul

Procurando fugir da morte sob o sol a pino.

Os abutres rondam lá no céu azul

A queda iminente destes ossos finos

Já sem medula, lingua sem um pingo d'água

Pés calejados pelo andar sem rumo.

Mas com este andar agora já sem prumo

Lanço o cajado para espantar as aves

Que vão baixando o círculo para me alcançar

Mas com fracas forças posso as alvejar.

Mas uma luz brilhante mais do que o sol

Lança-me de sopro para um pé de juá

Onde em seu tronco encontro agua fresca

Frutos amarelos pra me alimentar.

Deus é grande ninguém negue nunca

Sua existência nem por um momento

Pois com ELE vem a paz, some sofrimento

Até um nordestino pára de chorar.

Antonio Tavares de Lima
Enviado por Antonio Tavares de Lima em 22/02/2015
Reeditado em 25/02/2015
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