Pos vitae

Sim, este meu coração, este costumeiro traidor nos vapores íntimos

Aquele que em carne me conduz, nervos e veias, tráfego de temores

E a cada noite o que você sendo eu compreende, estaremos iludidos

Nas mãos a chama se dilui no sangue de minhas chagas nunca vistas

E e você estamos na trama cardíaca desse meu guia interno sofredor

Salvei a razão e a loucura do verbo me toma sentidos e cede terreno

As palavras correm na tinta, num texto quiçá vasto, e o coração sua

Do suor estimado em dividendos reflui o sangue dum herói demolido

Tudo se mescla no fascínio da mente, doente ou seja como for, nua!

Os imprevistos são a jornada repleta de defesas e trilhas conjuradas

Sou a insana face desfolhada aos espelhos dos mil castelos de papel

A inexistência das coisas é a enciclopédia jamais revista pelo coração

Sorrio, choro, procuro ao Sol o cemitério de meus genitores. perdido

Ando com as mãos candentes, deplorando as vestes que me cobrem

Este coraçãozinho ferve dos palpites de querer sortear as mãos nuas

Ao longe, o meu salvador exige pegadas sem passos, e está indeciso

Sofro o martírio dele, padeço como o seu avatar, e não acredito nele

A parte de mim que quer a saciedade de espírito deixa-o desanimado

Ah, coração, apuros de corrente ao pulso saltitante, dai-me bençãos

E esteja aquecido ao frio entre ruínas de coisa que foram as minhas

E abrigue-me de quem vem com a chantagem de imolar meu coração!

Jurubiara Zeloso Amado e Sioux Sie e Rainha Branca
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 18/02/2015
Código do texto: T5140833
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