POEMA - 04

DESPROVIDO ESTOU devido à ausência do teu riso...

Da última vez que te vi – em sonho –

Tu sorrias para mim.

Diga-me: Acaso tu tens por obrigação

Que sorrir para um moribundo?

Seria zombaria demais! Eu não suportaria?

Como é difícil apalpar os sonhos

Quando se está dormindo em êxtase;

Quando mais me aproximo deles,

Mais distante fico, impedido de tocá-los –

Debato-me em desespero, acordo,

Tudo é surpreendentemente tão real –

Agora, estou sendo açoitado por uma lembrança –

Tais saudades me corrompem a serenidade

Quando me perco no labirinto do querer –

Eu não sonhava como pensei que estivesse,

Nitidamente quem me sorria era a morte,

Estendendo a mão da realidade para a inexistência...

Da última vez que chorei dolorosamente,

Ninguém pôde ver as minhas lágrimas,

Nem tampouco os meus olhos pretos avermelhados;

Nem eu as pôde sentir molhar o meu rosto –

Era a minh’alma que pranteava por dentro,

Eu me sentia mais que moribundo; sentia-me jazido.

Jairoberto Costa
Enviado por Jairoberto Costa em 17/02/2015
Código do texto: T5140748
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