POEMA - 04
DESPROVIDO ESTOU devido à ausência do teu riso...
Da última vez que te vi – em sonho –
Tu sorrias para mim.
Diga-me: Acaso tu tens por obrigação
Que sorrir para um moribundo?
Seria zombaria demais! Eu não suportaria?
Como é difícil apalpar os sonhos
Quando se está dormindo em êxtase;
Quando mais me aproximo deles,
Mais distante fico, impedido de tocá-los –
Debato-me em desespero, acordo,
Tudo é surpreendentemente tão real –
Agora, estou sendo açoitado por uma lembrança –
Tais saudades me corrompem a serenidade
Quando me perco no labirinto do querer –
Eu não sonhava como pensei que estivesse,
Nitidamente quem me sorria era a morte,
Estendendo a mão da realidade para a inexistência...
Da última vez que chorei dolorosamente,
Ninguém pôde ver as minhas lágrimas,
Nem tampouco os meus olhos pretos avermelhados;
Nem eu as pôde sentir molhar o meu rosto –
Era a minh’alma que pranteava por dentro,
Eu me sentia mais que moribundo; sentia-me jazido.