Passeando em uma noite insone
Na dúvida do que é louco penso como um conto e deixo na loucura
Em prosa, penso que seja pouco, poucos versos porventura.
Sou assim mesmo, mesmo sem saber, se sou o suficiente para ser.
Sem saber se...
Sou a muito sem ser...
Munido desta pseudo, que me acompanha que me guia e me consome no momento. Sinto o casco mudando de cor, algo como transformando, metamorfoseando...
O céu é o limite?
Será onde Dionísio dança e a arte se sobrepõe a razão?
Espancado pelo mundo de uma Florbela enquanto os irmãos à sua maneira são apetecidos pelo crime e castigo, percebo a mudança, uma bela vertigem... Então aterrisso e sinto a angústia, velada com sorrisos amarelados, dias divertidos, bens adquiridos.
O que vem a ser a arte pela arte?
Sinto-me mal, voltarei para Pasárgada, mas o tempo é curto, pois o alemão disse: “a arte existe para que a realidade não nos destrua”.
Então saio na rua...
E me estagno. Sentindo-me meio estranho, algo do tipo, meio, sei lá, entende...
Como pode... Serei só eu?
Então é quando encontro Saramago que me conforta ao avisar-me sobre Caim. Em seguida dobro a esquina e percebo uma tranquilidade vinda das poesias de Bilac, enquanto Ruy Castro tenta fazê-lo ver estrelas.
O Tarantino da vida real, mas A Vida é Bela e sonhar é ouro para os de noites insones. Oh Carl Jung onde estás? Senti-me mal por alguns instantes, com fome, mas na esquina seguinte encontrei Chico Bento que me deu uma goiaba e conversamos um pouco ouvindo vários tipos de música, sentados na calçada em frente à casa de Bob Marley, agradeço muito.
Nossa! Conto como um conto o que talvez não contasse como conto.
Que ninguém me escute e que ninguém saiba deste particular devaneio, mesmo porque seria difícil acreditar. Mas ainda me lembro das músicas.
Deixo saudações aos Mrs. Poirot e Holmes, mas não precisarei de seus serviços por ora, deixe o Estado que não está em bom estado, fazer valer a pena o que nem sempre vale a pena. Apenas quero voltar para casa antes que minha cabeça volte a latejar e deitar-me, pensar naquilo que seja a natureza do estudo de Freud, em uma Onda perfeita, em um momento único...
Espero que esta noite não seja insone...
Lucas Mirati // L.C.