VAGA LUZ

Viveis, pois, por entre as copas das árvores

E sacieis tua inópia em frutos que plantais e colheis.

Ides bem longe, aos aflorados dos mármores

E vede num remoto tempo o que bem adiante sereis.

Ó, luz tênue e torpe, ilumina tal sobriedade,

Que a tua ira desfizera das vestes que a ti protegias

E, contudo, ruminas em covas de insanidade,

Colando teus lábios em negros véus que a ti rompias.

Então, me observas com os olhos já sucumbidos

Pelo nódulo do óbito no qual enclausuras a tua sede

E, acordais de um solstício em meio aos gemidos,

Gabando-se em riso que o vento em tua boca, cede.

Ornais o breu do céu que a ti atiça sem piedade

Por sobre a cova onde a flor não se olvidara de florir.

E, nos porões da tua vivência ditas tua maldade,

Ah, banalidade, tu te negas, simplesmente, de sorrir!

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Giovanni Pelluzzi

São João Del Rei, 07 de fevereiro de 2015.

Giovanni Pelluzzi
Enviado por Giovanni Pelluzzi em 08/02/2015
Reeditado em 18/04/2015
Código do texto: T5130103
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