Olhos volúveis

Livre arbítrio -livre como a incoerência em sua sombra

decisões necessárias, necessidade fantasma

eu falo pelas palavras; são segredos

que relatam e se perdem

Ser

querer

ilusão

Pular no escuro entre os olhos, os olhos invisíveis,

olhos que não dormem,

os olhos que são piscinas, os olhos que somem

E somos apenas o inverso

enquanto ninguém nos vê.

Andarilho das calçadas

Os mil olhos da cidade

observam as luzes amarelas

que nadam nas ruas

iluminando o esquecimento

a cidade é um pântano arquitetado

pântano de cimento e aço

nos levando ao declive escuro

que, na verdade, faz parte de nós

sou eu

o cidadão que apenas observa

a sombra que se arrasta no chão

fugindo das trevas ...

Cidade

Pés pregados ao chão sedento

sangrando em territórios monopolizados por ninguém

deserto de multidões

eles querem fugir , eles querem ceder

chão que não lhes pertence

fecha os olhos

abre os olhos

e não é uma angústia onírica...

Pregos dourados

numa fantasia ao sol

minha última vez foi tão distante...

e hoje nada mais importa

pois meus pés estão sangrando

e o céu é vermelho!

pregos enferrujados no veneno da promessa

promessa infinita.

Crês?

Ivan Guardia (Direitos intelectuais reservados)

Irbuv Servos
Enviado por Irbuv Servos em 03/06/2007
Código do texto: T512047