Olhos volúveis
Livre arbítrio -livre como a incoerência em sua sombra
decisões necessárias, necessidade fantasma
eu falo pelas palavras; são segredos
que relatam e se perdem
Ser
querer
ilusão
Pular no escuro entre os olhos, os olhos invisíveis,
olhos que não dormem,
os olhos que são piscinas, os olhos que somem
E somos apenas o inverso
enquanto ninguém nos vê.
Andarilho das calçadas
Os mil olhos da cidade
observam as luzes amarelas
que nadam nas ruas
iluminando o esquecimento
a cidade é um pântano arquitetado
pântano de cimento e aço
nos levando ao declive escuro
que, na verdade, faz parte de nós
sou eu
o cidadão que apenas observa
a sombra que se arrasta no chão
fugindo das trevas ...
Cidade
Pés pregados ao chão sedento
sangrando em territórios monopolizados por ninguém
deserto de multidões
eles querem fugir , eles querem ceder
chão que não lhes pertence
fecha os olhos
abre os olhos
e não é uma angústia onírica...
Pregos dourados
numa fantasia ao sol
minha última vez foi tão distante...
e hoje nada mais importa
pois meus pés estão sangrando
e o céu é vermelho!
pregos enferrujados no veneno da promessa
promessa infinita.
Crês?
Ivan Guardia (Direitos intelectuais reservados)