Ensaio de sinceridade
Se eu fosse fazer minhas vontades
Dizer o que penso de verdade
Em qualquer lugar da sociedade
Na mais total sinceridade
Se eu fosse apostar que a hipocrisia
Que a gente usa todo dia
Para as relações sem empatias
Não passam é mais de heresia
Se eu fosse ignorar as consequências
Romper com os limites da aparência
Voltar aos primórdios da inocência
E desaprender toda a vigência
Se eu fosse feliz assim tão sério
Agindo tão tosco e sem mistério
Sem aura das regras e critérios
Que até então dizem ser o austero
Se eu fosse esse ícone antifarsa
Pilar, baluarte e pilastra
E não sucumbisse na fumaça
Das queimas, mentiras e trapaças
Se eu fosse esse novo cristo autêntico
Criasse essa regra e desse exemplo
Muita gente seguiria atento
Pra vir tomar parte do momento
Se eu fosse expandir a todo estado
Morresse e deixasse esse legado
Milhões de adeptos e agregados
Que multiplicasse o captado
Mas se eu retornasse em muitos anos
E visse os fiéis contemporâneos
Acharia que era algum engano
Que ao voltar no tempo errei o ano