Canções bem-intencionadas

Sou cativo daquilo que me ascende.

Fatalismo de meras impressões,

Que transcendem ilações ou previsões.

De outros dias como aqueles dias.

Tentação ou presunção de covardia

Debruçados no parapeito angular

Mirante em transeuntes culpados,

Ou ocupados pela ação do tempo.

Não percebem o movimento a se projetar.

Incautos projéteis percorrem a trilha.

Serão dois jovens? Uma família? Uma filha?

No lodo cinzento escorre, de cor rubra,

O néctar da subsistência humana.

Doidivanas esses senhores!

Os odores do espanto espalmados,

Concentrados num só precipício,

Empurrados num golpe certeiro.

Qual fogo de artifício, um morteiro.

Sublimação da alma.

Afeta-nos a calma.

Alívio, suspiros de satisfação...

Redenção!

Valter Pereira
Enviado por Valter Pereira em 31/05/2007
Código do texto: T508872
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