CÃES SOCIAIS.
CÃES SOCIAIS.
E na mansão da minha estrebaria mental
Vejo nossa predisponência à vã doutrinação
Uma raça pura de doenças e rica de preguiça
Onde a sensatez e a verdade têm sua impérvia.
Temos os bens do saber, adoçado com sal!
E é nessa hora que uso o palavrão como uma oração.
Crêem em ditados, e o preconceito tem sua missa
Sua fanática, à sua moda, e alienada turba protérvia
Enfim,... Todos, nós, usamos coleiras!
Somos os hidrofóbicos cães de uma sociedade
Que quer nos ensinar como devemos pensar
E de como devamos fazer do insulto, um argumento.
Num caos onde as razão e consciência andam solteiras
Firma o cartório da arrogância a sua insalubridade
O seu modo triste e bárbaro de aprender a amar,...
Onde o futuro te espera como um animal ao adestramento
Num quociente de inteligência sem memória
Que te foi amnésico nas literaturas da gentileza
Pois o pedagogo que te moldou como alteza
Foi a sua própria involução à pré-história.
CHICO DE ARRUDA.