A SERINGA DA CÓLERA.
A SERINGA DA CÓLERA
Ando incúria, sumido de mim, autômato dos meus grilhões
Dia a mais, dia a menos, tudo entra em falência.
Golfarei minha ira nessa tal liberdade cheia de regras
Nas palavras dos olhos cargados de preconceito
No bramir apóstata dos federados às suas nações
... À escória da raça. À verdade o mundo pede condolência
A violência é a justiça duma magia negra que nos desintegras
E tudo que dirás às próximas vidas, é um tchau bem sem jeito.
Crianças nascem em matadouros, foi perdido o halo
A benevolência clama perdão por ter vingado vidas
O amor se escondeu com vergonha, e jaz no subterrâneo
No fundo de uma escuridão tão límpida como a água.
No sossego que o homem almeja e não sabe como agarrá-lo
É onde nem tudo é para sempre, é onde há as orações de suicidas
Que brandem puros sentimentos de miolos fora do crânio
Mas ainda é uma substancia universitária a despeito da mágoa
E sabe que os melhores dias da sua vida, são os que ainda não viveu.
Sedo-me com minha seringa de cólera para as azêmolas sapiens
Para a pluralidade de intelectuais submissos a metadona
E a uma ignorância que aqui se faz mera formalidade.
Fizeram-te uma lipoaspiração cerebral! E a decência prescreveu,...
A ambição despe de suas caras bizarras de Drag-Queens
O furor por uma ganância abastecida com dízimos à madona
A uma cópula sem preservativo com a má qualidade
Donde nós, humanos, temos vida curta para percorrer longos caminhos.
Quero ler mais Ingrid Jonker para a sensibilidade me inspirar
Não quero ver outras Verônicas Guerin morrer para obter a lei!
Quero o bastardo e o senecto em lipotimia de juízo,...
Basta-me a ordem sob uma pérgula para o progresso criar seus ninhos
Um lugar onde a vida e o tempo possam respirar!
Onde a crença, descrença, a cor e a liberdade tivessem um paço de rei
E seria aonde a morte se entristeceria,... Ao ver meu largo sorriso.
CHICO DE ARRUDA.