POEMA MODERNO II

POEMA MODERNO II

kkkk solto o meu grito de hiena

Quando estourou u'a ponte de safena

Do meu peito gordo parecendo um porco

Que rola na lama dos meus vis aurículos.

O médico disse amarás bem pouco

Nunca ultrapasse a ponte com passadas largas

Pois cairás em águas tão profundas

E numa fenda morrerás, ó louco.

Teimei...levei meu barco para o oceano

Que alguns chamam sujo, bem profano

Afoguei-me nas vísceras destas águas turvas

Mas que gosto e navego em todas as suas curvas.

Numa dessas curvas num balançar intenso

Fui lançando âncoras para as águas quentes

E começaram a me tremer os dentes

Tirei a venda dos olhos, o meu branco lenço.

A vista foi turvando, o sorriso sumindo

Num arfar de peitos, todos já desfeitos

Pela velhice frívola que estava saindo

Parece que morri com todos os defeitos.

Antonio Tavares de Lima
Enviado por Antonio Tavares de Lima em 17/12/2014
Reeditado em 17/12/2014
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