Maluco da esquina
Meu inconformismo filosófico
me exclui de ser o próximo
Novo rico a emergir
Porque na corrida pelo lógico
Por qualquer prognóstico não sei competir
As crenças que me são mais convincentes
não compensam
O mundo que eu ainda não vi a forma
também não dá argumentos
Integro a legião de lunáticos,
marginais aos ortodoxos pragmáticos
Cujo pensamento reconhecido e respeitado
Relega ao ostracismo
quem não é científico e pratico
Base da pirâmide
Baixo clero, pouco sério, inútil...
Um vexame social
Num diagnóstico extraído do intelecto
Sou de quociente de gráfico baixo e incerto
Com prerrogativas indefinidas
De aproveitamento aberto
Isso de não me enquadrar
De eterno adolescente
Dá nos nervos
De quem tem nervos de aço
Dos que não concebem heresias
Só ideias bem fundamentadas
Pré e pós-graduadas
Por favor me deixem ser humilde
Para admirar vocês
Pra me convencer de vez
Que o universo conquistado
Desbrava a conquista a passos largos
Tudo em detrimento do que não posso acompanhar
Proporcionalmente vocês não podem explicar
As grandes perguntas
Isso de ser intuitivo,
Ser adepto das conspirações
Me desautoriza a tirar conclusões
Tão definitivas quanto as oficiais
Por isso eu sou livre até para acreditar em vocês
Sou talvez como Júpiter
Um gigante de gás
Que aqui da terra firme não se escuta
Eu estou longe demais