Alter ego
Eu vejo o mundo com os olhos no vazio
Eu ando num espaço que não é o meu
Quando, como na canção, estou à flor da pele
Então é tempo do meu cio
Me vigio como nunca dos impulsos adolescentes
Eu me isolo na espelunca ao alcance da minha mente
Mas no vendaval que exige o que eu seja
O alter ego se atrofia e tudo enseja
Que esse desvio para realidade oficial
Carma mudo, desafio natural
Sou transmorfo pra um modelo social
Mentecapto metafísico irracional
Sinto-me humilhado se não puder ser humilde
Civil dispersado de uma reivindicação
Trajado de pompa com o moral destroçado
Mandela antagônico e a mesma convicção
Digo obrigado, obrigado a dizer
Que esses maus bocados vão me apetecer
Que essa malfadada consciência alterada
Nunca em sua essência se altera
Que a prepotência que impera é nada
Para mim que quando posso vivo em outra era