AOS VERMES QUE ROERÃO O MEU CADÁVER
Como tenho sofrido nos últimos dias
Por sentir a morte explodir dentro de mim,
De tão aguda, chega a traspassar a minh’alma;
O sofrer é doloroso e profundo_ existente!
O meu peito já não suporta tanto sofrimento,
Pranteio tentando sufocar o lamento...
O grito desesperador torna-se vão,
Logo me toma preenchendo a mente,
Então, de imediato, fico paralisado!
O medo chega quando permito a sua vinda_
Quem dentre os homens que se julga sábio
Pode me salvar com o conhecimento que tem?
Quando concebo dor, passo a não me sentir...
Sinto medo de tanta maldade exposta;
Sinto angústia, a mesma que te acometa_
O momento é agora, esse existente_
A dor vem num turbilhão de ânsias,
E tudo parece acabar sem demora...
Ouço a minha própria voz me dizer:
_ Tudo que começa há de findar!
Continuo a balbuciar:
_ Sobrevivo aos meus tormentos criados,
Não tenha medo, a dor é imaginária!
A mortalidade me convida ao silêncio sepulcral!