AOS VERMES QUE ROERÃO O MEU CADÁVER

Como tenho sofrido nos últimos dias

Por sentir a morte explodir dentro de mim,

De tão aguda, chega a traspassar a minh’alma;

O sofrer é doloroso e profundo_ existente!

O meu peito já não suporta tanto sofrimento,

Pranteio tentando sufocar o lamento...

O grito desesperador torna-se vão,

Logo me toma preenchendo a mente,

Então, de imediato, fico paralisado!

O medo chega quando permito a sua vinda_

Quem dentre os homens que se julga sábio

Pode me salvar com o conhecimento que tem?

Quando concebo dor, passo a não me sentir...

Sinto medo de tanta maldade exposta;

Sinto angústia, a mesma que te acometa_

O momento é agora, esse existente_

A dor vem num turbilhão de ânsias,

E tudo parece acabar sem demora...

Ouço a minha própria voz me dizer:

_ Tudo que começa há de findar!

Continuo a balbuciar:

_ Sobrevivo aos meus tormentos criados,

Não tenha medo, a dor é imaginária!

A mortalidade me convida ao silêncio sepulcral!

Jairoberto Costa
Enviado por Jairoberto Costa em 14/11/2014
Código do texto: T5034724
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