Negócios Inacabados
Negócios Inacabados
Você tem sangue em suas mãos
Reflete ao espelho um sórdido sorriso
É meu sangue, verte em profusão
Rastejo sobre meu passo impreciso
É hora de conversar com Deus?
Não preciso de você, nem de ninguém
Tampouco do cortante adeus
Toque a caixa de som com meu réquiem
E você, furtivo assassino cruel
Em supremo ato de vilania
Despejando em minha boca o fel
Ao espelho com a lamuriosa eufonia
Um rosto turvo pelo medo crescente
Revela traços singulares de maldade
Algo conhecido e ainda transcendente
Olhares de ódio e pura crueldade
E por trás do sorriso possuído
O prazer em por fim a esta vida
Em recusa à morte, me sinto traído
Pelo mal contido neste suicida
Eduardo Benetti