Negócios Inacabados

Negócios Inacabados

Você tem sangue em suas mãos

Reflete ao espelho um sórdido sorriso

É meu sangue, verte em profusão

Rastejo sobre meu passo impreciso

É hora de conversar com Deus?

Não preciso de você, nem de ninguém

Tampouco do cortante adeus

Toque a caixa de som com meu réquiem

E você, furtivo assassino cruel

Em supremo ato de vilania

Despejando em minha boca o fel

Ao espelho com a lamuriosa eufonia

Um rosto turvo pelo medo crescente

Revela traços singulares de maldade

Algo conhecido e ainda transcendente

Olhares de ódio e pura crueldade

E por trás do sorriso possuído

O prazer em por fim a esta vida

Em recusa à morte, me sinto traído

Pelo mal contido neste suicida

Eduardo Benetti

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 09/11/2014
Código do texto: T5028660
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