Banho de sol

espocam fogos de artifício,

Não é Natal nem Réveillon;

Será que explodem por vício,

Para a noite ter cor e som?

Que droga de estilista, sou,

Se só copio modelo alheio?

Minha mão, à chibata dou,

Meu vaso é só meio, cheio...

Fizeram a calçada da fama,

Para a luz clarear o escuro;

Prefiro pisar sobre a grama,

No cimento, depois de duro...

Estou meio doido, não deu pé,

o siso acudiu; disse, esqueça;

tua sina é o nada que você é,

então, diminua e desapareça...

autocrítica, é coisa profunda,

mesmo que assim não pareça;

vaga-lume tem a luz na bunda,

mas acredita que é na cabeça...

em plena noite densa a arte,

escureceu; a “lua de sangue”;

o oceano é o lar da jubarte,

e eu procurando no mangue...

desculpem essa escura tela,

devia versar amor, cor, arrebol,

meu louco tava forçando a cela,

doidinho por um banho de sol...