Larissa
O Mensageiro carrega uma dezena de Novidades
E talvez uma Era de Felicidade
Mas esta Noite pertence ao âmago maldito
Da Injustiça. Da Humanidade.
Salvem os Fogos para mais tarde
Esta é a Noite do Martírio
O Utópico que me aguarde
Esta é a Noite do Delírio
Hoje o Passado bateu à minha porta
Com mais novidades do que poderia imaginar
Trouxe aos meus pés uma bela criatura morta
E sua fala me roubou o Ar
Com um soco direto na Face
E um suave gosto de Sangue na Boca
O Passado tirou seu Disfarce
Mesmo já estando quase sem roupa
Sua Voz era aveludada,
Sua Poesia era salgada,
Sua Essência maltratada,
Sua Vida amaldiçoada
Eu não tenho pena de Humanos
Eles recebem o que merecem!
Mas Eu cometo tanto enganos
E entre Tolos, os Nobres perecem
Uma Razão tão refinada
Persuadida a escolher a perdição
Eu lhes pergunto, Humanos,
Não cansaram da Destruição?
Os bons se perdem em caminhos tortos
Com as Asas quebradas e reduzidas a Pó
Mas saiba, bendito Anjo Caído
Você não está só
Eu não tenho muito a oferecer
Senão um reino de poesias
Mas tudo poderá obter
Se continuar cantando uma bela melodia
Eu não tenho muito a oferecer
Senão um ombro e uma ideia quebradiça
Mas, por favor, não se deixe perder
O Sol vem pela manhã, Larissa.