Insônia

Das cinzas negras que sobraram

Do fogo de olhares insanos,

Piscam dois olhos atentos,

Vislumbrando sombrios horizontes...

Dentro dos peitos, martelos;

Fora, obrigações sem sentido.

Ninguém prestou atenção

Num bicho de sete cabaças

Que come a única que a mula não tem;

Outro, meio lobo e meio homem,

Devora sem cessar, a carne febril

Das meninas em ruas malditas.

Enquanto isso, não muito longe dali,

Ignorantes se acotovelam,

Buscando um cacique para a tribo

Perdida em músicas secas;

Fazem “amor” sobre as tumbas

De mães que morrem de medo.

As crianças, não veem a hora

De entrarem na dança...

Enquanto velamos sua inocência

Que há muito, muito se foi...

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 02/11/2014
Código do texto: T5020151
Classificação de conteúdo: seguro