CAMINHO SEM VOLTA
CAMINHO SEM VOLTA
As rochas montanhosas acordaram em agonia
lascas de madeiras sentiram a morte inútil
Andarilho fútil
Banhou-se em cachoeiras de suor
Atravessou vales
Bradou,matou mordeu
Derrubou todas as árvores
Enforcou até o Ptolomeu
Devorou todos os livros da psicologia
Apertando entre os dentes
aqueles trechos que falavam
em reconstrução do ego
Nadou até pensar que era livre
E nem se dava conta
do quanto repetia...
Depois de ver aquele andarilho cansado
Cansado de não se achar
Quase perco a fé
E volto a Maomé...
Mas ouvindo o choro da montanha
Que clamava por quem a removesse
Resolvi aceitar o desafio...
E saí debaixo da minha coberta
Protegi-me no calor da minha coragem
Até ter coragem...
de sentir frio!