OS SINOS BADALAM

Quando criança, eu brincava de ser grande,

Agora, essa certa idade me recorda a meninice_

Vi a minha infância passar como um relâmpago;

Vi a minha vida ficar órfã de ti_ foste ceifada,

Tudo acabou_ só imagem do teu rosto restou

Numa luz ofuscada pela escuridão da tristeza...

Que os sinos badalem anunciando minha morte;

Que as flores mais belas sejam escolhidas

E jogadas para exalar aromaticamente o meu túmulo;

Que elas decorem as vossas lembranças_

Vossa saudade começa quando ainda houver o hoje!

Só acendam velas caso falte energia elétrica.

Minha morte é tão triste quanto foi a minha vida?

Minha força murcha permitiu o meu corpo se prostrar.

Quem de vós no meu velório lerá por um instante

Um poema em minha memória antes qu’eu desça?

Sejam compreensivos para não profanarem

Os versos contidos no poema lido...

Os meus lamentos cessam;

Os meus gritos não se escutam mais;

Os meus passos estão silenciados, imperceptíveis_

Nunca mais caminharei sob a chuva fina,

Os dias cinzentos permanecerão cinzas...

Não tive medo de sonhar_ apenas de acordar do sonho bom!

Jairoberto Costa
Enviado por Jairoberto Costa em 14/10/2014
Código do texto: T4999084
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