OS SINOS BADALAM
Quando criança, eu brincava de ser grande,
Agora, essa certa idade me recorda a meninice_
Vi a minha infância passar como um relâmpago;
Vi a minha vida ficar órfã de ti_ foste ceifada,
Tudo acabou_ só imagem do teu rosto restou
Numa luz ofuscada pela escuridão da tristeza...
Que os sinos badalem anunciando minha morte;
Que as flores mais belas sejam escolhidas
E jogadas para exalar aromaticamente o meu túmulo;
Que elas decorem as vossas lembranças_
Vossa saudade começa quando ainda houver o hoje!
Só acendam velas caso falte energia elétrica.
Minha morte é tão triste quanto foi a minha vida?
Minha força murcha permitiu o meu corpo se prostrar.
Quem de vós no meu velório lerá por um instante
Um poema em minha memória antes qu’eu desça?
Sejam compreensivos para não profanarem
Os versos contidos no poema lido...
Os meus lamentos cessam;
Os meus gritos não se escutam mais;
Os meus passos estão silenciados, imperceptíveis_
Nunca mais caminharei sob a chuva fina,
Os dias cinzentos permanecerão cinzas...
Não tive medo de sonhar_ apenas de acordar do sonho bom!