O Pesar de um Boêmio
O Pesar de um Boêmio
Sentado sob a penumbra de um bar
Ébrio, rasurando papéis, inconsciente
Divagações alimentando sua mente
Tristes versos de quem não soube amar
Refletindo sua infelicidade amargurante
Possuído então por sentimento colérico
Um quê de sobrenatural, um toque homérico
Ressalta em sua alma então angustiante
O som daquela voz, tal pássaro cantarolava
Retiniam em seu âmago com força brutal
Lembranças, fragmentos, corte do punhal
Enquanto lágrima em seus olhos desenhava
Afundando sua tão tristonha consciência
O poeta maldito então encontra fiel parceiro
O álcool, doce veneno, suspiro derradeiro
Do ser amado, não suportou a abstinência
Em loucas palavras, ruidoso som emanava
Um cântico triste, lacônico e atormentado
O choro tomava conta do poeta desalmado
Criando a poesia enquanto o sangue pulsava
Eduardo Benetti