O Pesar de um Boêmio

O Pesar de um Boêmio

Sentado sob a penumbra de um bar

Ébrio, rasurando papéis, inconsciente

Divagações alimentando sua mente

Tristes versos de quem não soube amar

Refletindo sua infelicidade amargurante

Possuído então por sentimento colérico

Um quê de sobrenatural, um toque homérico

Ressalta em sua alma então angustiante

O som daquela voz, tal pássaro cantarolava

Retiniam em seu âmago com força brutal

Lembranças, fragmentos, corte do punhal

Enquanto lágrima em seus olhos desenhava

Afundando sua tão tristonha consciência

O poeta maldito então encontra fiel parceiro

O álcool, doce veneno, suspiro derradeiro

Do ser amado, não suportou a abstinência

Em loucas palavras, ruidoso som emanava

Um cântico triste, lacônico e atormentado

O choro tomava conta do poeta desalmado

Criando a poesia enquanto o sangue pulsava

Eduardo Benetti

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 15/09/2014
Reeditado em 23/09/2014
Código do texto: T4962682
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