Sol da meia-noite

Quero pintar de verde o meu céu ,

Para lembrar da esperança que não morre

Vou enfeitar meu chão com pedrinhas de brilhantes

Que junto com Lucy fui no céu buscar ,

Colhendo os girassóis azuis da mente febril

Para juntar com as negras tulipas do holandês que voava,

As lindas papoulas plantadas nos jardins de Shalimar exalam o puro ópio que eternamente entorpecem minha mente

Eternamente éter na mente ,

E no éter da mente Napoleão bate em retirada

E Napoleão sou eu...

Por entre fadas e pirilampos,

Vaga-lumes e iguanas ,

Reis lagartos e príncipes felizes,

Marajás e sacis

Perdidos na selva de pedra,

Escondidos nas claras noites de sol eterno

Esquecidos por Apolo

Nas terras do sem fim

Onde Guliver se encontrou.

Meus diamantes escarlates que a rosa pantera não levou ,

No colar de Ariadne transformou-se

E no espaço jogou...

Sou a dona do mundo

De um mundo que sucumbe profanado pela ganância

Um mundo certo governado por loucos que se dizem normais

Um mundo que está nas mãos erradas de um normal que se diz louco...

E nesse louco mundo amarelo,tingido de carregadas cores

Tiradas das violetas flores

Estou mandando um beijo de alecrim para esse mundo que está muito que está muito doido...

E a juventude transviada se perde numa voraz euforia

Dominada pelos libidinosos bacanais

Tomados pelo homérico porre...

Ninfas safadas saem em disparada

Correndo pelos campos de Dioniso,

Fugindo de um sátiro ousado...

E os empaladores chegaram junto com os alquimistas ,as condessas de sangue e Neros incendiários para dominarem o morro ,

Comandar a nação

E proclamar a Monarquia da Louca Heresia

Junto com a sereias,gnomos e a vaca louca...

Pintei de verde meu céu

Para lembrar da Esperança que não morre

E que ficou lá no fundo da Caixa de Pandora

Junto com a Loucura

Porque de tudo que é mais certo é a beleza dos loucos,

A felicidade que só os loucos podem sentir,

A lucidez lunática é fantástica...

E não importa a cor do céu,

Os loucos sabem que o céu é logo ali ao alcance de suas mãos .

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Carla Neumann
Enviado por Carla Neumann em 07/09/2014
Reeditado em 07/09/2014
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