AMÉM

Na penumbra de uma figura geométrica, narro com saudosismo o antagonista do vir a ser.

Entorpecido pelo cálice da vida, me embriago nos momentos pueris de um organismo hoje repleto de cicatrizes.

Sinto um cheiro fétido que penetra na essência e apodrece toda carne ainda não degradada.

Na perturbação de um delírio real, afogo-me no desconhecido eu.

No mimetismo do feliz e do mercenário sorrir, entrego-me ao meu abominável repúdio para com a imagem e semelhança.

Terra de víboras que se alegram ao som do choro do açoite, legiões que sussurram em meu repouso toda a noite.

Proteja-me Senhor em teu manto sagrado, para que não me junte ao filho rebelado.

Pois mil cairão ao teu lado e dez mil a tua direita, mas nada me atingirá.

sarkiz
Enviado por sarkiz em 03/09/2014
Código do texto: T4948251
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