Eu e Joana em: Comendo raízes venenosas
Enjaulado em grades grossas compreendo
Que ao lado da escória estou sofrendo
Longe de Joana, meu amor,
Longe de vovó, meu esplendor.
Justiça é só a que está no céu
Pois nem mesmo sei que mal eu fiz,
Meu advogado não sabe também
Disseram que ficaria tudo bem.
Subir na árvore e colher, para cozinhar aquela raiz,
Que mal eu fiz, vovó? Que mal eu fiz?
Tenho pensado como ninguém
Em como vim parar subitamente
Nesse lado negro da mente
Vulgo, jaula fria que me prende
Mas confesso que as raízes eram saborosas
E até Joana experimentou.
Como deve estar se sentindo?
Ela não disse nada, devia estar fingindo.
Aqui o tempo não passa
Como lá fora, brincando com o cão
Posso ver os olhos tristes
De Joana deitada no chão
Que mal eu fiz, vovó? Ter comido aquela raiz?
Suas flores eram belas como um instrumento angelical
Que com suas auréolas levou ma belle Joana.
Enquanto ouço o tal som, soando no último tom
Lágrimas condenam que arrependi
Ou que simplesmente enlouqueci.
Que mal eu fiz, vovó? Que mal eu fiz?