Insignificante

Se não quebro os vidros de Bancos,

Nem arranco cadeiras em estádios,

Tampouco sou da lista negra do PT;

Não corto alheias cabeças ao vivo,

Nem dou cotoveladas sem motivo,

Que insignificância, sirvo para quê?

Não pego carona em alheios frutos,

Nem levo drogas a antros polutos,

Como a cada santo dia a gente vê;

Não gosto do Face, ou de novelas,

horário político quebrou minha tela,

mas, que miséria! Sirvo pra quê?

Se eu não puxo o saco dos grandes,

ainda sinto ojeriza dos tais realitys,

baixaria desfilando pujante na TV;

gosto apenas de gente de caráter,

Cujo valor vai além da terra máter,

Que tolo visionário! Sirvo pra quê?

Se prefiro chama que perto crepita,

Nunca fantasio em comer a Anitta,

Muito menos, a morena Beyoncê;

Acho que padeço complexo de fútil,

Socorro linda! Minta que sou útil,

Diga ao menos, que sirvo pra você...