Insanidade

Enrolo-me no tempo

que, a compasso e contratempo

me despojou do sentido

de ser o que ainda não vivi

Dobro a coluna do pensamento

que me acalma lentamente

e me prende na linha tênue

do doce sonho de alguém

Não sou eu o corpo

coberto pela brisa

que desliza docemente

beijando a pele

tocando teu corpo de leve

nem minha é a boca

que se entreabre lânguida

em busca dos lábios

que açoitam a carne lascivamente

Sou apenas o corpo

que contrabalança

com o vento, a levitar

na busca infinita do seu par

A posição fetal, fatal

O arremedo de loucura

Insanidade, igualdade

a busca da identidade...

Francis Faria
Enviado por Francis Faria em 19/05/2007
Reeditado em 19/05/2007
Código do texto: T493113