Invadido
Fui invadido por seres funestos,
Acamparam na orla da indigência,
Em que esmoreci quase prestes,
A perder a terna doce inocência.
A infâmia que me fizeram percorrer,
Catarse do meu descontentamento,
Vocifero em tempestades a correr,
Por delírios esventrados em pranto.
Pérfidas criaturas mesquinhas chegam,
Acorrentaram-me os sonhos retidos,
O meu coração gelado agora velam,
As ausências domaram embevecidos.
Infectado de morte conspurcado,
Largaram-me às feras ávidas,
Às aves necrófagas agoirentas,
Na tumba à porta cai aninhado.
Lisboa, 12-10-2013