Para sempre
Viver com alguém
É viver com
Num viver bom
Se tudo for bem
É sentir prazer
Sempre receber
Ceder quase sem
Perceber além
É como se diz
Somar os perfis
Enquanto aprendiz
Em mão dupla, amém...
Aí um primeiro
Quem sabe, um terceiro
Gesto passageiro
Toque de desdém
Mancha assim pequena
Em branca e serena
Quase uma pena
Em tudo que já tem
Pintam como as rugas
Sardas ou verrugas
Lentas tartarugas
Pontilhando vem
Sentimentos bombeiros
Correm sorrateiros
Entre os mil conselhos
Salvando o que tem
Saudades chamuscadas
Águas já passadas
Bombas desgastadas
Pelo que convém
E os intermitentes
Sinistros que a gente
Finge inutilmente
Que não feriu ninguém
Vamos repartindo
Culpando, ruindo
Mas sempre sorrindo
Para o nosso bem
Olhando pros outros
E que não são poucos
Que se aguentam loucos
Sem saberem por quem.
Costumes, convenções
Que as invenções
Todas as manhãs
Exigem de alguém