VIAGEM

Abduza-me, conduza-me indomável vento,
O mais distante - mais errante que puder,
Deixe-me sem lucidez, na fluidez do firmamento,
Com meus segredos, meus mistérios de mulher.

Conduza-me vento, na gloria do seu cantar,
Passageira aventureira, das suas inquietas plumagens,
Para além, do, porém, além do meu limitado olhar.

Faça-me em mil fragmentos, me desnude, me possua,
Depois, em um ato de encantamento, me reconstrua.

Vento! voejamos... sejamos um nessa desvairada viagem.


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TRANSMUTAÇÃO

 Abro as asas e, então, posso voar,
com o vento que me leva a seu prazer,
alma leve, sinto-me e flutuar,
não há força a quebrantar o meu querer.

 Mergulho, inteira, nessa aventura,
sem pensar que possa me arrepender,
pois a vida é, na verdade, uma loucura.

Sou u'a nuvem que nos céus, branca, adeja,
abençoo a minha graça benfazeja.

 Sinto a luz penetrar todo meu ser.

(HLuna