DE(MENTE)
O insensato que entende o silêncio (...)
Aquele que devora palavras, sem ócio
Dorme a pensar, e acorda a escrever
Seus pulmões estão afectados pela escrita
Suas mãos tremem, quando não segura a caneta
Dêem-lhe uma folha para timbrar
Apenas deixem-no com o vento falar
Voar nessa ilusão pura de demência
Deixem-no ser o adulto, mas com coração de criança
Deixem-no exprimir a inocência do seu belo olhar
Entendam-o e olhem através das suas palavras
Banhem no suor das suas letras
Bebam dele sim, inspirem-se, enfim
Orgasmem-se com os seus gemidos poéticos
Suspirem com seus versos, e afastem-se do tétrico
Ouçam os gritos da loucura
Pois nos seus ecos, existe uma fragrância pura
Existe a luz, a essência que cura
Existe o almíscar para perfumar a saudade
Por isso tornou-se demente para alcançar a liberdade
Por isso prendeu-se às palavras, essa é a sua verdade (...)
3/07/2014
(MERLIN MAGIKO)