SERPENTE...

É noite...

E como numa viagem,

A agua da chuva molha meu rosto.

Olho para o cinza infinito...

Vejo a serpente,

A serpente bebe a agua da chuva...

Meus olhos estão distantes,

Sinto medo!

A serpente rasteja e me convida...

Agora sou ela!

Não tenho sede,

Quero engolir meu verso perdido!

Já arranquei o punhal,

Mas ainda sinto dor.

O papel em branco,

A poesia acorrentada.

Alguém me lembra "Pessoa" (o Fernando),

E agora sou além-mar!

Levanto...

Deixo a serpente seguir:

E (agora) sou eu que vou beber a chuva.

Geraldo Rolim
Enviado por Geraldo Rolim em 01/07/2014
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