SERPENTE...
É noite...
E como numa viagem,
A agua da chuva molha meu rosto.
Olho para o cinza infinito...
Vejo a serpente,
A serpente bebe a agua da chuva...
Meus olhos estão distantes,
Sinto medo!
A serpente rasteja e me convida...
Agora sou ela!
Não tenho sede,
Quero engolir meu verso perdido!
Já arranquei o punhal,
Mas ainda sinto dor.
O papel em branco,
A poesia acorrentada.
Alguém me lembra "Pessoa" (o Fernando),
E agora sou além-mar!
Levanto...
Deixo a serpente seguir:
E (agora) sou eu que vou beber a chuva.