TEMPESTADE

Contemplo a Tempestade,
Ouço sua voz no infinito,
Raios, trovejos,
Arroubo da ventania,
Agitam o meu espírito,
Quero temer,
Como a maioria,
Dos viventes,
Quero me esconder,
Me recolher ao recinto,
Mas, esse medo eu não sinto,
O que sinto é um desejo,
De me erguer na tarde,
Sair desse cômodo balaio,
Dar folga para a lucidez,
Expor a minha nudez,
Sinto um afã de me integrar,
Aos trovejos aos raios,
E gritar, gritar, gritar...
De me perder,
Ou me encontrar,
Na impetuosa densidade.
...
Abro a alma, a porta, sorrio, saio...