Retrato
Entre o sagrado e o macabro
há um lápis e um papel,
há mãos,
dedos e suor.
Uma lágrima orvalhada,
intocada pelo perfume
de um pescoço incomum.
Há um mundo sob a palidez
daquela pela.
E que seja consagrada
toda mão que apalpá-la,
roubar o teu perfume
sob gotas de orvalho;
seu suor.
Desperdiçar um mundo de papel
e escrever teu corpo,
com a palidez macabra
de meus dedos.