A NOITE

No calor do dia,

Os sonhos esmaecem

Para renascerem na noite

Disfarçados em excitações luxuriantes

Embalados pela volúpia

E pelas ardência das línguas

E desejos das bocas que se procuram

E dos sonhos que se encontram

A noite une as almas do inferno

E as transporta para o paraíso

No assento de 1ª classe

Do álcool e das paixões

Lenitivo que vence a dor

A noite é azul,

O dia incolor

A noite tem perfume

O dia odor

Na noite, os mistérios são coloridos

O dia os revelam sem cor

A noite é uma mulher nua

Pedindo amor

Bebamos, pois que a vida começa

Quando o sol começa se por

Os sinos todos dobram..

E como dobram pela noite

A embriagar-nos nos seus encantos

E isto me basta.

Na noite,

Me consumo, me iludo

Invento-me, me engano

Na noite me acho

Me gosto, me amo

Os dias são tortos

No dia me corto

Me firo

Me entorto, me rasgo

Me descontruo,

Me desengano.

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 11/05/2007
Reeditado em 20/02/2010
Código do texto: T483842
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