Desgraçado

Havia um desgraçado em meu pesadelo

Ele ria e bebia como se não pudesse morrer

Eu o ouvia gritando às quatro paredes

Que o prendiam na própria loucura

Parecia tão infeliz com aquele sorriso falso

Teus olhos vomitavam as diretrizes

Ele devorava com todo corpo as malditas atrizes

Que dançavam em barras

Rebolavam e voavam como fadas

em cima do palco

Deleitava-se entre os corpos

Que no escuro se satisfaziam

Os lobos uivavam retorcendo a noite

Os gritos favavam-se e uniam

Os calores na cama

Das bocas sem fama

Das mãos em minha dama

Nascida de lama

Incurável refém do drama...

Ah, meu amor

Bela donzela das curvas que me completam

Dos prazeres que me transbordam

Das pernas que me envolvem

Dos braços que me afagam

Das vidas que me roubam...

Havia um desgraçado em minha realidade

Ah, eu jurava ser inconsciência

Eu derretia em prazer e inocência

Doce pecado

Em teus olhos

Em teus lábios

Por todo seu corpo

Havia um desgraçado ocupando meu corpo

Havia uma cadela me seduzindo

Minha atriz, meretriz

Que deita em minha cama e goza em Paris

Em sua pele, todo dia, cicatriz

Sinta minhas unhas por todo seu corpo

Sinta meu corpo lhe rasgando

Havia dois monstros em minha cama

Nossa cama

Se matavam

Se feriam

Se amavam...

Levier Mälrb
Enviado por Levier Mälrb em 27/05/2014
Código do texto: T4822588
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