Desgraçado
Havia um desgraçado em meu pesadelo
Ele ria e bebia como se não pudesse morrer
Eu o ouvia gritando às quatro paredes
Que o prendiam na própria loucura
Parecia tão infeliz com aquele sorriso falso
Teus olhos vomitavam as diretrizes
Ele devorava com todo corpo as malditas atrizes
Que dançavam em barras
Rebolavam e voavam como fadas
em cima do palco
Deleitava-se entre os corpos
Que no escuro se satisfaziam
Os lobos uivavam retorcendo a noite
Os gritos favavam-se e uniam
Os calores na cama
Das bocas sem fama
Das mãos em minha dama
Nascida de lama
Incurável refém do drama...
Ah, meu amor
Bela donzela das curvas que me completam
Dos prazeres que me transbordam
Das pernas que me envolvem
Dos braços que me afagam
Das vidas que me roubam...
Havia um desgraçado em minha realidade
Ah, eu jurava ser inconsciência
Eu derretia em prazer e inocência
Doce pecado
Em teus olhos
Em teus lábios
Por todo seu corpo
Havia um desgraçado ocupando meu corpo
Havia uma cadela me seduzindo
Minha atriz, meretriz
Que deita em minha cama e goza em Paris
Em sua pele, todo dia, cicatriz
Sinta minhas unhas por todo seu corpo
Sinta meu corpo lhe rasgando
Havia dois monstros em minha cama
Nossa cama
Se matavam
Se feriam
Se amavam...