permuta
...
que ela venha e me prove
do jeito que sempre a provei
com a boca tinta de vinho
e mil dedos de prazeres
acendendo volúpias
em poros de estrelas
que ela venha e me puxe
como sempre a puxei
em túnicas transparentes
alma nua e quente
espantando a névoa
da vagueza da mente
que ela me ame
apenas me ame
como tantas vezes a amei
sem qu’ela pudesse
entender...
que me ame sobre o véu de ilusão
que me cobriu de repente
que me espreite com olhos científicos
de quem procura entender
a fuga da solidão
que a noite venha e me perscrute
como quem acaba de ver nascer
o borbulhar da paixão
...