Derradeira
Há poesias demais
nesse quarto
de paredes brancas e
labirintos explícitos.
Há o ranger da porta
a anunciar ausências.
Há o telhado acolhendo
o frio calidamente...
E, deixando minha cabeça
sem teto.
Há lirismo demais nessas linhas
traçadas ao acaso.
E por afeto estragado.
Há dor.
Sólida e mórbida.
E, depois,
finalmente.
Há somente a morte.
A última palavra.
O último grito.
A última sombra de vida.
A soprar para fora da existência.
Para fora do arco da promessa.
Depois vem o enterro.
As exéquias, enfim.
O ritual de vestir o
defunto e entroná-lo
na morada eterna.
Tantos sentimentos
passageiros
E essa definitiva morte a
murmurar
eternidades absurdas.
Onde todas as crenças
mais se parecem com
lendas.
Há poesias demais
para o dia de hoje.
Não posso contê-las.
Não posso explicá-las.
Estão em língua morta.
Em peito sepultado.
Num latifúndio imaginário.
Repleto de sonhos e
cores indizíveis.
Há poesias demais.
E minha nudez mental
sente frio diante
tanta morte aguardada.
E que não nos
surpreendemos.
Perdemos a arte
de nos surpreender...
E nesse imenso script
conhecido.
Quero banir a palavra
hoje..
Fico assim entre o
ontem e o futuro...
Num looping louco.
Um me traz lembranças incertas.
Já o outro, me recorda
a certeza da morte.
Até na morte há poesia
em excesso.
Enxuguemo-nos.
Temos que guardar a
alma completamente seca
para a rima derradeira.
Há poesias demais
nesse quarto
de paredes brancas e
labirintos explícitos.
Há o ranger da porta
a anunciar ausências.
Há o telhado acolhendo
o frio calidamente...
E, deixando minha cabeça
sem teto.
Há lirismo demais nessas linhas
traçadas ao acaso.
E por afeto estragado.
Há dor.
Sólida e mórbida.
E, depois,
finalmente.
Há somente a morte.
A última palavra.
O último grito.
A última sombra de vida.
A soprar para fora da existência.
Para fora do arco da promessa.
Depois vem o enterro.
As exéquias, enfim.
O ritual de vestir o
defunto e entroná-lo
na morada eterna.
Tantos sentimentos
passageiros
E essa definitiva morte a
murmurar
eternidades absurdas.
Onde todas as crenças
mais se parecem com
lendas.
Há poesias demais
para o dia de hoje.
Não posso contê-las.
Não posso explicá-las.
Estão em língua morta.
Em peito sepultado.
Num latifúndio imaginário.
Repleto de sonhos e
cores indizíveis.
Há poesias demais.
E minha nudez mental
sente frio diante
tanta morte aguardada.
E que não nos
surpreendemos.
Perdemos a arte
de nos surpreender...
E nesse imenso script
conhecido.
Quero banir a palavra
hoje..
Fico assim entre o
ontem e o futuro...
Num looping louco.
Um me traz lembranças incertas.
Já o outro, me recorda
a certeza da morte.
Até na morte há poesia
em excesso.
Enxuguemo-nos.
Temos que guardar a
alma completamente seca
para a rima derradeira.