Alva Noite - I
Quero urrar teu nome na
Noite espiritual que abrasa
Os corpos em já afogueado
Mergulho turvo, confuso,
Incerto, incandescente, infeliz...
De mim! De nós! Mas jamais
De ti. Jamais de ti, porque tu
És sagrada, imaculada amante
De ninguém, posto que não me amas,
Portanto não amas a ninguém!
...
Ama?
Ama!
Ama-me porque te quero,
Porque te serei bom, serei tua sombra, sombra da
Tua mão...
Serei teu amante em tudo, por isso
Ama-me!
Ama!
Sê minha dama, rainha sem trono,
Dona de mim, ainda que eu não saiba ser bom servidor,
Quieto e resignado...
...
Se eu deixar de ser, tornar-me não-ser,
Inexistir, tu, pérfida imperatriz, proverás,
Então, meu coração-império?!