MUNDO SURREAL

Borboletas não voejam mais a tarde azul...

Ventos do sul, não amenizam o calor infernal...

No mar, horror do lixo humano...

A terra em abandono, nina a peçonha...

A cegonha nunca mais trouxe um homem no bico...

Quem os leva e os ceva, agora é o egoísmo.

Tico-tico acha que é o super-homem...

Cobra come elefante e Dante já não é mais lido...

Cupido aposentou-se...

Nem eu, nem você, sabemos mais o que é o amor...

Raridade é o nosso olhar fazendo ponte entre nós e o mundo...

Hoje, antes e o devir

já não dão campos para risos...

Somos máquinas...

No burburinho do mundo em vã jornada,

peças da engrenagem apenas, espectros de nós...

Tão afeitos ao caos que construímos...

E já não existe mais nada, além, só os mortos...

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 30/04/2014
Reeditado em 30/04/2014
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