MUNDO SURREAL
Borboletas não voejam mais a tarde azul...
Ventos do sul, não amenizam o calor infernal...
No mar, horror do lixo humano...
A terra em abandono, nina a peçonha...
A cegonha nunca mais trouxe um homem no bico...
Quem os leva e os ceva, agora é o egoísmo.
Tico-tico acha que é o super-homem...
Cobra come elefante e Dante já não é mais lido...
Cupido aposentou-se...
Nem eu, nem você, sabemos mais o que é o amor...
Raridade é o nosso olhar fazendo ponte entre nós e o mundo...
Hoje, antes e o devir
já não dão campos para risos...
Somos máquinas...
No burburinho do mundo em vã jornada,
peças da engrenagem apenas, espectros de nós...
Tão afeitos ao caos que construímos...
E já não existe mais nada, além, só os mortos...